Os trabalhadores e trabalhadoras na LG Taubaté reprovaram nesta sexta-feira (23) a segunda proposta de indenização social feita pela empresa. A decisão foi tomada em assembleia na fábrica. Com isso, a greve na unidade recomeça na segunda-feira (26).
A proposta rejeitada estabelecia, além do pagamento das verbas rescisórias, uma indenização que variava de R$ 9.350 a R$ 51.000, dependendo do tempo de casa do funcionário. A proposta também contemplava pontos como PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e extensão do plano médico até 31 de janeiro de 2021.
Após a rejeição da proposta, os trabalhadores aprovaram a retomada da greve a partir da próxima segunda-feira (26). “Inicia-se o processo de paralisação na segunda e na terça-feira nós teremos uma nova audiência no TRT (Tribunal Regional do Trabalho”, explica o presidente do Sindmetau (Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região), Claudio Batista.
Segundo Camila Martins, dirigente sindical na LG, a vigília 24 horas dos trabalhadores na porta da fábrica será novamente instalada. “Há trabalhadores com muitos anos de fábrica, muitas mães de família, provedoras do lar, que estão perdendo o emprego. Então, eles acreditam que esse valor apresentado pela empresa ainda não contempla o necessário”, aponta Camila.
Essa foi a segunda proposta de indenização social construída após negociações entre LG e Sindicato. A primeira, apresentada no dia 12 de abril, também foi reprovada pelos trabalhadores.
Entenda o caso
Em janeiro deste ano começaram a circular informações no mercado e na imprensa sul-coreana sobre uma possível venda da divisão de celulares da LG. O Sindicato acionou a empresa, mas recebeu ofícios com respostas evasivas. Um pedido de reunião com o presidente da LG também não foi atendido.
Diante do cenário de incertezas, em 26 de março, os trabalhadores aprovaram o estado de greve. No dia 5 de abril, a fabricante sul-coreana disparou um comunicado onde informava o encerramento global da divisão de celulares, alegando que a área acumulava um prejuízo de 4,1 bilhões de dólares.
No dia seguinte, em reunião com o Sindicato, a empresa informou que pretende levar a linha de notebooks e celulares de Taubaté para Manaus. A LG alega que na capital do Amazonas terá terá incentivos fiscais, o que não ocorre no estado de São Paulo.
Com isso, uma total de 700 empregos ficaram ameaçados na fábrica de Taubaté. Após reuniões com o Sindicato, a empresa apresentou a primeira proposta de indenização aos trabalhadores. Mas o acordo foi rejeitado em assembleia no dia 12 abril. Os funcionários aprovaram então o início de uma greve na empresa.
No dia 19 de abril, após uma audiência de conciliação no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), os funcionários suspenderam a greve para retomada das reuniões com a empresa. O Sindicato iniciou uma nova rodada de negociações com a LG, resultando na segunda proposta de indenização, que foi rejeitada nesta sexta-feira (23).
Fonte: CNMTCUT