O presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, participou, ao lado do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, na manhã desta sexta-feira (14), em São Bernardo do Campo, de um evento que marcou a primeira grande venda de ônibus e caminhões pelo programa de renovação de frota, promovido pelo governo com os incentivos previstos na Medida Provisória 1175. O programa estabelece mecanismos de descontos para a comercialização de veículos mais sustentáveis.
“É um dia histórico para os trabalhadores do setor automotivo. O programa é um sucesso e o mais importante é a geração de empregos. O país precisa disso para voltar a crescer e gerar empregos de qualidade que é o que a CUT sempre defendeu”, disse Sérgio Nobre.
O presidente nacional da CUT ainda destacou que a renovação da frota, em especial de caminhões é uma necessidade urgente. “Trará mais segurança no trânsito e garantia de saúde à população brasileira”, disse.
No evento, Nobre chamou a atenção para a realidade da frota no país. “Vemos caminhões com mais de 40 anos rodando, colocando em risco vidas e o meio ambiente. O programa é uma necessidade porque substitui esses veículos por caminhões mais novos”, afirmou.
Vendas
Ao todo foram 110 ônibus (90 urbanos e 20 rodoviários) e seis caminhões extrapesados produzidos pela Mercedes-Benz no ABC paulista. São veículos com maior tecnologia aplicada em segurança, menos poluentes e com menor consumo de combustível, além de baixo custo operacional.
No evento, O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que o programa para os veículos pesados, assim como aconteceu com os carros de passeio, cujos subsídios federais proporcionaram a venda de mais de 125 mil veículos, também será um sucesso.
Alckmin explicou o processo, no caso dos caminhões e ônibus é mais lento porque envolve a retirada de outro veículo pesado antigo de circulação. De acordo com as regras, os ônibus e caminhões velhos devem ser encaminhados para a reciclagem do setor de siderurgia antes de a nova compra ser efetivada.
Sustentabilidade
Assim como o presidente da CUT, Sérgio Nobre, que destacou a proteção ao meio-ambiente como vantagem do programa de renovação de frota, o vice-presidente da República reforçou os aspectos positivos relacionados à sustentabilidade.
“Veículo muito velho polui 20 vezes mais. Vai melhorar a qualidade do ar, contribuir para a saúde [a troca por novos veículos]. Tem frenagem moderna, evita morte. Ou seja, é menos poluente, mais confortável, evita acidentes, salva vidas”, disse Alckmin.
Já o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que também participou do evento, reforçou o papel essencial do programa de renovação da frota na manutenção dos empregos no setor automotivo.
Após fazer um balanço da criação de empregos no país, que chegou em maio a um saldo de 156 mil novos postos, o ministro afirmou que o país precisa de “crescimento constante para que gerar emprego e renda, qualificação, informação, educação e investimento em políticas públicas”.
Aroaldo Oliveira da Silva, diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e Presidente da IndustriALL Brasil, ressaltou a capacidade da indústria de alavancar a economia e lembrou que o caminho passa pela transição energética e pela descarbonização, tema discutido na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, na quinta-feira (13).
“Nossa matriz energética é limpa. Temos todos os elementos para reconstruir e desenvolver produtiva, tecnológica, econômica e socialmente o país”, disse o dirigente.
O programa
A Medida Provisória 1175/23 estabelece um mecanismo de desconto nos preços, patrocinado pelo governo, para facilitar a compra de veículos mais sustentáveis por pessoas físicas e jurídicas. O texto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi publicado no Diário Oficial da União no dia 6 de junho deste ano.
O programa prevê a redução do preço de automóveis, caminhões, ônibus e vans como incentivo à renovação da frota. No total, o governo destinou R$ 1,5 bilhão em créditos tributários.
Desses recursos, R$ 500 milhões foram para o estímulo à troca por carros de passeio menos poluentes. Outros R$ 700 milhões estão sendo destinados a caminhões e R$ 300 milhões para ônibus e vans.
Mecanismo: Para viabilizar a redução nos preços dos veículos, as montadoras receberão do governo créditos tributários para oferecer um desconto patrocinado, abatido diretamente do valor final. No caso dos carros, o desconto girou entre R$ 2 mil e R$ 8 mil. Nos caminhões os descontos vão de R$ 33,6 mil a R$ 80,3 mil. Para ônibus e vans, o desconto vai de R$ 38 mil a R$ 99,4 mil.
Os critérios para definição do desconto patrocinado levam em conta a eficiência energética do veículo, o preço e o conteúdo nacional dos componentes. No caso de caminhões e ônibus, o comprador precisará se desfazer de um veículo licenciado com mais de 20 anos de fabricação e ainda enviá-lo para reciclagem.
*Com informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços