Para a Polícia Civil do Paraná, o bolsonarista Jorge Guaranho, policial federal penal, que invadiu a festa de aniversário e assassinou o militante petista e guarda municipal Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu, no sábado (9), gritando “Bolsonaro mito” e xingando Lula, não tinha motivação política para cometer o crime.
Ao anunciar a conclusão do inquérito na manhã desta sexta-feira (15), a delegada Camila Cecconello disse em entrevista coletiva que Guaranho, que não teve motivação política, segundo a investigação, e foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e por causar perigo comum. A pena deste tipo de crime pode variar de 12 a 30 anos de prisão.
O advogado Ian Vargas, um dos representantes legais da família da vítima, discorda do indiciamento e disse ao UOL que irá buscar esse posicionamento durante o processo na Justiça. “A defesa da vítima reafirma que a motivação do crime foi intolerância política. Agora aguardaremos a posição do Ministério Público”.
Após ter sido baleado duas vezes, Marcelo Arruda reagiu e atirou em Guaranho impedindo que mais pessoas fossem feridas. Marcelo havia pegado a arma funcional no carro após Guaranho ameaçar atirar, ser contido pela esposa, mas dizer que voltaria.
O policial peninteciário sobreviveu e está internado em um hospital da cidade em estado grave, mas estáve, dizem os médicos. Ele teve prisão preventiva decretada na segunda (11).
De acordo com a delegada faltou requisitos para enquadrar o assassinato de Marcelo como crime político. Para ela, Guaranho queria apenas provocar.
O carro do assassino tocava uma música de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) quando ele chegou ao local da festa para xingar. Marcelo pediu para ele ir embora e, segundo a delegada, jogou um punhado de terra no carro de Guaranho, que saiu e voltou. Já saiu do carro já atirando como mostram as imagens.
Ele voltou pronto para matar porque, segundo a delagada, “se sentiu humilhado”.
Apesar de dizer que o crime não teve motivação política, a Polícia Civil disse que o policial penal estava em um churrasco, quando ficou sabendo da festa de Marcelo por uma outra pessoa que estava com ele e tinha acesso às imagens de câmera de segurança da associação onde o aniversário de Marcelo estava acontecendo.
Em seguida, o policial penal deixou o churrasco onde estava sem falar nada e foi para o local onde era realizado o aniversário de Marcelo, xingou, fez ameaças, prometeu voltar, voltou e matou Marcelo, que comemorava 50 anos e deixa 4 filhos, além da esposa.
Com informações do G1.