Movimento dos TRabalhadores Sem Terra (MST) informou neste domingo (10) que localizou a mulher Ilza Ramos Rodrigues, moradora de Itapeva, interior de São Paulo, que foi humilhada pelo bolsonarista Cassio Joel Cenali ao descobrir que ela era eleitora do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Integrantes da coordenação nacional do MST afirmaram à revista Fórum que estão levando uma cesta de produtos saudáveis para Ilza Ramos e que irão garantir alimentos para ela pelos próximos seis meses em uma demonstração de solidariedade.
A articulação do auxílio foi feito pelo ex-ministro e deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) em conversa com João Paulo Rodrigues, da direção nacional do MST. “Já sabemos onde está essa mulher, estamos acolhendo, mantendo contato na cidade de Itapeva. Nós temos um trabalho muito próximo com a Cáritas, movimentos sociais e de solidariedade durante à pandemia, com a turma do MST que fica na região. Uma rede de solidariedade que vai apoiar e acolher essa senhora”, disse Padilha, que ressaltou que, “mais uma vez, fica claro que a rede bolsonarista não tem a melhor compaixão pelas pessoas”.
Ilza Ramos provocou uma onda de solidariedade nas redes após ser humilhada por um apoiador de Bolsonaro que filmou, com requintes de crueldade, o momento em que entrega uma cesta básica e diz que a mulher não receberia “mais marmita” por ela declarar que vota em Lula.
“Lula? Então tá bom aqui ó: ela é Lula. A partir de hoje não tem mais marmita”, diz o homem para espanto da mulher. “A partir de hoje é a última marmita que vem aqui. A senhora pede para o Lula agora. Está bom? É a última marmita que vem para a senhora”, diz – veja o vídeo.
Leia também nota do MST sobre o assunto:
MST se solidariza com Dona Ilza e todas as famílias em situação de vulnerabilidade no país
Desde a regional Sudoeste do MST (SP), recebemos com muita indignação o vídeo de um bolsonarista expondo uma família em condição de insegurança alimentar da cidade de Itapeva, interior do estado.
Temos ações de doação de alimentos e de solidariedade nesta comunidade desde 2008, quando atendíamos uma associação do bairro a partir do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que, com o golpe em 2016, foi extinto, atingindo diretamente milhares de famílias que eram beneficiadas.
Assim que soubemos do vídeo, nos propomos a organizar apoio e solidariedade à D. Ilza, em conjunto com outros companheiros do PT da região e com o “Projeto Nos Propomos”.
Neste sábado (11) realizamos uma arrecadação inicial nos assentamentos e doamos diversos produtos da Reforma Agrária Popular à família, que por uma situação de medo e vulnerabilidade achou melhor se resguardar nesse momento.
Nos dispomos a ajudar no que fosse necessário e durante a semana organizaremos uma grande ação de solidariedade no bairro. Seguiremos com o trabalho junto ao “Projeto Nos Propomos”, que atua na cidade desde 2020 e hoje atende 113 famílias no município.
A solidariedade é um princípio do MST e em tempos de retrocesso e aumento da fome, ela se torna ainda mais urgente. Também é preciso seguir denunciando e lutando contra a política genocida instalada no país.
“Somos contra qualquer tipo de coerção. Devemos seguir lutando pela produção de alimentos saudáveis e para retomar as políticas públicas de combate à fome que o desgoverno bolsonarista destruiu”, afirma Adalberto de Oliveira, dirigente do MST na região.
Fonte: Brasil247