Fim do sigilo: Com cartão corporativo, Bolsonaro comprou de pinga a Rivotril

Desde que Lula liberou os dados, brasileiros se espantam com gastos do cartão corporativo da presidência da República, que também pagou viagens para o clã, bancou picanha e outros luxos

Desde que o presidente Lula (PT) liberou os dados do cartão corporativo da presidência da República, os brasileiros se espantam com gastos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que comprou de pinga à Rivotril, medicamento usado para tratar transtornos de ansiedade, pagou viagens de lazer da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e dois dos filhos, além de muita picanha, camarão e outros luxos com dinheiro público.

O cartão corporativo foi criado em 2001 pelo ex-presidente FHC com o objetivo de pagar despesas eventuais e excepcionais que não dá para serem feitas pelos processos normais (licitações, transferências bancárias etc.) e despesas que precisam ser sigilosas (por exemplo, as realizadas por agentes durante a apuração de irregularidades). Não é o que fez o governo Bolsonaro.

No último dia 11, a Fiquem Sabendo, agência de dados especializada em Lei de Acesso à Informação (LAI), recebeu da Secretaria-Geral da Presidência da República os dados de gastos do cartão corporativo do ex-presidente que estavam sob sigilo enquanto ele permanecesse na presidência.

Desde então, os dados que não estão nem digitalizados, vêm sendo analisados pela equipe do Fiquem Sabendo e jornalistas, como os do Estadão.

Os maiores gastos são com hospedagem. Com o cartão corporativo de Bolsonaro foram gastos R$ 13,7 milhões com diárias em hotéis. Somente no Ferraretto Hotel, no Guarujá, cidade do litoral paulista, foi pago R$ 1,4 milhão.

Em 2021, com o cartão corporativo do pai, 03 e 04, Eduardo e Jair Renan, gastaram mais de R$ 63 mil no cartão corporativo de uso exclusivo de membros da gestão pública, no caso o pai da dupla. Eles gastaram tudo isso em um único dia, durante uma visita a Goiás sem a presença do pai.

A turma também fazia questão de aproveitar a mamata para comer bem. No país com 33 milhões de pessoas passando, ao longo do mandato, os bolsonaristas gastaram R$ 10,2 milhões com comida.

– R$ 8.600 foi gasto só em sorveterias,

. R$ 408 mil em peixarias,

. R$ 581 mil em padarias, Bolsonaro gastou R$ 581 mil ao longo do mandato.

Isso sem falar nas centenas de saques em dinheiro feitas por vários servidores do ex-mandatário. Em 17 de janeiro de 2019, em apenas 7 minutos, o motorista de Bolsonaro, Alexandre Almeida, sacou R$ 8 mil com cartão corporativo. Ele fez 8 saques de R$ 1.000.

Pinga, vinhos e Rivotril

Ao organizar as notas recebidas do governo Lula, o Fiquem Sabendo descobriu que o cartão corporativo da Presidência foi usado para comprar também coisas como:

– oito garrafas de tipos variados de vinho,

– uma garrafa de aguardente da marca 51,

– 14 notas fiscais foram de compras de picanha, com uma delas chegando ao valor de R$ 3.202,06.

– caviar,

– filé mignon,

– camarão,

– leite condensado

– Rivotril

– antibióticos e remédios para tratamento de úlceras gastrointestinais,

– combustíveis para os veículos que participavam das motociatas.

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– Somente em abril de 2021 há registros de notas emitidas em sete viagens de parentes do então presidente, como os filhos Carlos Bolsonaro, vereador pelo Rio de Janeiro, e Jair Renan.

– hospedagem de uma equipe de servidores que foi para Alagoas dar proteção a Michelle Bolsonaro.

 

Fonte: CUT

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