Ataque a escola no Paraná reforça urgência do desarmamento

Em nota, CNTE aponta que aumento da circulação de armas gera ambiente de terror

Mais um ataque a tiros a uma escola, desta vez em Cambé, no norte do Paraná, na manhã desta segunda-feira (19), deixou uma vítima fatal e um estudante gravemente ferido. O crime ocorreu no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, de ensino fundamental e médio, e teria como autor um ex-aluno da escola.

Em nota, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) destacou que o número de armas em circulação aumentou progressivamente com o passar dos anos no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e exigiu uma política urgente de desarmamento.

Em 2019, primeiro ano da gestão bolsonarista, havia 40.073 armas em circulação regular no país, enquanto em 2021, esse número atingiu 393.136.

De acordo com a CNTE, a falta ideia de segurança vendida pelo lobby armamentista tem levado o terror à toda comunidade escolar.

“Não existe possibilidade de essa realidade de aumento da circulação de armas de fogo no país não ser a causa do que estamos vendo nesse ano, quando tantas escolas passaram a ser atacadas por jovens portando armas de fogo. É urgente que o país assuma uma política radical de tirar de circulação armas de fogo de nossas ruas. Não se trata de direito algum! Trata-se mesmo de fomentar mais casos de violência e de ataques desses que, consternados mais uma vez, vemos acontecer hoje em Cambé”, diz o texto.

A Confederação ressaltou ainda a responsabilidade de o governo federal e o Congresso Nacional pautarem imediatamente esse tema, “não mais com demagogias, como foi quando da apresentação no Congresso do Estatuto de Controle de Armas de Fogo que, com o objetivo de substituir o antigo Estatuto do Desarmamento, propuseram mais e mais facilidades no acesso a armas”, critica a confederação.

Lula se manifesta

Em manifestação no Twitter, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aponto que “não podemos mais tolerar dentro das nossas escolas e na sociedade. É urgente construirmos juntos um caminho para a paz nas escolas. Meus sentimentos e preces para a família e comunidade escolar”.

Faltam políticas públicas

Em março, após o ataque de aluno de 13 anos à Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, que tirou a vida de uma professora e feriu outras cinco, a presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e deputada estadual, Professora Bebel, apontou que há anos os sindicatos cobram medidas do governo paulista.

“Faltam funcionários nas escolas, o policiamento no entorno das unidades escolares é deficiente e, sobretudo, não existem políticas de prevenção que envolvam a comunidade escolar para a conscientização sobre o problema e a busca de soluções”, disse à época.

A CUT se solidariza aos familiares da aluna assassinada e cobra medidas efetivas, em diálogo com a comunidade escolar, para frear a onda de ataques que se instaurou no país.

 

Fonte: CUT

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