A Proclamação da República: um marco histórico e o início do caminho até a democracia

A Proclamação da República, celebrada em 15 de novembro de 1889, marcou uma das mudanças políticas mais profundas da história do Brasil. Naquele dia, o marechal Deodoro da Fonseca depôs o imperador Dom Pedro II e declarou o fim do regime monárquico, instaurando oficialmente a República Federativa do Brasil.

O processo, embora muitas vezes lembrado como um movimento cívico amplo, foi conduzido principalmente por setores militares e grupos da elite descontente com a monarquia. Entre os fatores que impulsionaram a ruptura estavam a crise econômica do Império, o desgaste político com o Parlamento, o fortalecimento do movimento abolicionista e a insatisfação de militares que se sentiam desprestigiados pelo governo imperial. A abolição da escravidão em 1888, sem indenização aos antigos proprietários, também intensificou tensões entre parte da elite rural e o regime.

A mudança, no entanto, não foi acompanhada de participação popular efetiva. A maior parte da população, sobretudo trabalhadores, camponeses, ex-escravizados e mulheres, sequer foi informada sobre o que acontecia. Ainda assim, a proclamação abriu uma nova etapa da história: a construção de um Estado republicano, com instituições e estruturas políticas que ao longo das décadas seriam pressionadas, transformadas e ampliadas pela ação social e pelas lutas democráticas.

Do final do século XIX até o Brasil contemporâneo, muito se caminhou. Entre períodos de avanços e retrocessos, o país atravessou ditaduras, enfrentou censura, resistiu a golpes e reconquistou direitos graças ao esforço coletivo de milhões de brasileiros. Cada conquista democrática, do voto secreto ao sufrágio universal, das liberdades civis à Constituição de 1988, foi resultado de décadas de mobilização, trabalho e enfrentamento.

É por isso que, ao celebrar o 15 de novembro, é importante reconhecer que a Proclamação da República foi apenas o primeiro passo. A construção de um Estado Democrático de Direito exigiu, e ainda exige, muito sangue, suor e coragem. Direitos nunca caíram do céu. Foram arrancados com luta.

Hoje, quando lembramos essa data, reafirmamos também o compromisso com a democracia, a liberdade e a igualdade. Celebrar a República é celebrar um Brasil que não desiste de si mesmo, que enfrenta seus desafios e que continua a construir, todos os dias, um futuro mais justo para todas e todos.

Viva o 15 de novembro!

Viva a República!

Viva a democracia que seguimos defendendo!

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