Desemprego cai 6,2% no trimestre e é o menor em 12 anos

Setores da indústria, construção e serviços são os responsáveis pelo aumento do emprego no trimestre encerrado em outubro

A taxa de desemprego no Brasil recuou para 6,2% no trimestre de agosto a outubro, conforme dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) divulgados nesta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice representa o menor nível desde 2012, reforçando uma tendência de melhora no mercado de trabalho.

O crescimento do emprego foi impulsionado pelos setores de indústria, construção e serviços. No trimestre, a indústria absorveu mais 381 mil trabalhadores (alta de 2,9%), enquanto a construção contratou 183 mil pessoas (2,4%) e o setor de serviços ganhou 187 mil ocupados (3,4%).

Segundo a pesquisa, 6,8 milhões de brasileiros estão desempregados. O recuo foi de 0,6 ponto percentual em relação ao trimestre de maio a julho e de 1,4 ponto percentual na comparação com o mesmo período de 2023, quando a taxa era de 7,6%.

Recorde nos setores de informalidade

A informalidade também cresceu e alcançou o maior número em oito anos: 40,3 milhões de pessoas, equivalente a 38,9% dos trabalhadores. O aumento foi impulsionado principalmente pelo recorde de empregados sem carteira assinada, enquanto o número de trabalhadores por conta própria permaneceu estável em 25,7 milhões.

Redução da subutilização e desalento

A taxa de subutilização (que é a soma da população desocupada, sub ocupados por insuficiência de horas e aqueles que não estão ocupados nem desocupados, apesar de possuírem potencial para integrar a força de trabalho) caiu para 15,4%, menor índice desde 2014. A população desalentada, que são aqueles que desistiram de buscar emprego, chegou a 3 milhões, o menor número desde 2016.

Rendimento e desigualdade

O rendimento médio real dos trabalhadores ficou em R$ 3.255, estável em relação ao trimestre anterior e com alta de 3,9% na comparação anual. A massa de rendimento alcançou R$ 332,6 bilhões, um aumento de 7,7% no ano, refletindo maior poder de consumo no período.

Como o IBGE calcula a taxa de desemprego

A taxa de desemprego, segundo o IBGE, corresponde ao percentual de pessoas que buscam uma oportunidade no mercado de trabalho, mas não conseguem ocupação. Esse grupo é formado por indivíduos disponíveis para trabalhar e têm feito esforços para encontrar uma vaga.

O cálculo exclui pessoas fora da força de trabalho, ou seja, aquelas que não estão empregadas nem em busca de emprego. Entre elas, estão estudantes que dedicam seu tempo integralmente aos estudos e pessoas que optam por realizar atividades domésticas, como donas de casa. O método é parte da Pnad Contínua, que coleta informações para avaliar o desempenho do mercado de trabalho no Brasil, levando em conta critérios padronizados para refletir a realidade da população em idade ativa.

Pnad Contínua

A Pnad Contínua, realizada pelo IBGE desde 2012, avalia mensalmente indicadores relacionados ao mercado de trabalho de pessoas com 14 anos ou mais em todo o Brasil. Os dados refletem médias trimestrais móveis, evitando oscilações mensais e apresentando tendências mais consistentes.

Os resultados reforçam a recuperação do mercado de trabalho no Brasil, com geração de empregos formais e informais. Entretanto, a informalidade elevada e a estabilidade nos rendimentos indicam desafios para consolidar a melhora nas condições de emprego e renda.

 

Fonte: CUT

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