O Brasil tem 1.327.802 quilombolas, o que corresponde a 0,65% da população, segundo o Censo 2022. O IBGE, que divulgou os dados nesta quinta-feira (27), pesquisou esse grupo pela primeira vez. E encontrou 473.970 domicílios com pelo menos uma pessoa quilombola, em 1.696 cidades. A região Nordeste concentra 68,19% do total (905.415 pessoas), sendo quase 30% apenas na Bahia e 20% no Maranhão. Na região Norte, são 31,3%.
Ainda de acordo com o Censo, os Territórios Quilombolas oficialmente delimitados abrigam 203.518 pessoas, sendo 167.202 quilombolas, ou 12,6% do total do país. “Destaca-se, ainda, que apenas 4,3% da população quilombola reside em territórios já titulados no processo de regularização fundiária”, informa o IBGE.
Quase 500 Territórios
O instituto identificou 494 Territórios Quilombolas, em 24 estados e no Distrito Federal. Assim, 12,6% dessa população está nos territórios e 87,4% encontravam-se fora das áreas formalmente reconhecidas. Não foram identificados quilombolas no Acre e em Roraima.
O município de Senhor do Bonfim, na Bahia, tinha o maior número de quilombolas: 15.999. Em seguida, vinham Salvador (15.897), Alcântara (MA, 15.616) e Januária (MG, 15.000).
“Com essa divulgação, o IBGE atende a uma demanda histórica da sociedade brasileira, dos órgãos governamentais e dos movimentos sociais. Conhecer o número de pessoas quilombolas e como elas se distribuem pelo país, no nível de municípios, vai orientar políticas públicas de habitação, ocupação, trabalho, geração de renda, e regularização fundiária”, afirma Marta Antunes, responsável pelo Projeto de Povos e Comunidades Tradicionais do instituto.
Estados com maior número de quilombolas
Bahia: 397.059
Maranhão: 269.074
Minas Gerais: 135.310
Pará: 135.033
Pernambuco: 78.827