No Brasil, 2ª onda de Covid foi mais grave e matou quase 20% de jovens internados

Ao contrário da primeira onda, que vitimou mais pessoas idosas, a segunda onda foi mais fatal para os jovens. Quase 20% de jovens internados morreram no país em 2021, segundo pesquisa

O Brasil registrou 1.574 mortes por Covid-19 em 24 horas, totalizando nesta quarta-feira (14) 537.498 óbitos desde o início da pandemia. A média móvel de mortes nos últimos 7 dias chegou a 1.270, o menor registro desde o dia 1º de março (quando estava em 1.223). Em relação ao número de casos da doença, o país contabiliza 19.209.021 pessoas contaminadas.

No início da pandemia, as principais vítimas fatais foram os mais idosos, mas com a maior circulação da variante P.1, a cepa identificada pela primeira vez em Manaus, no Amazonas, a segunda onda de Covid-19 no Brasil foi muito mais grave e mais letal entre os jovens. Quase 20% de jovens internados morreram no país em 2021, segundo estudo publicado pela revista científica Lancet Respiratory Medicine, divulgado na Folha de S Paulo.

O estudo apontou ainda que mais de 40% das pessoas com a doença que deram entrada em hospital em 2021 morreram. No pico da epidemia no ano passado, eram 33%. Dos jovens de 20 a 39 anos que precisaram de internação esse ano, quase 20% morreram.

Dos pacientes internados com falta de ar, na maioria eram jovens gravemente doentes e houve muito mais mortes entre quem precisou de internação na segunda onda da pandemia, que segundo estudos, foi pior do que a primeira onda em 2020.

Os pesquisadores analisaram 1,18 milhão de internações entre fevereiro de 2020 e o final de maio de 2021 para comparar a primeira onda, em 2020, e a segunda, neste ano e que teve um pico de mortes no final de março.

O estudo comprovou que as internações aumentaram em 59%, e a mortalidade entre pacientes internados subiu em todas as faixas etárias depois que a variante P.1, conhecida como Gama, se espalhou pelo país.

Apontando ainda a gravidade da pandemia na segunda onda, o estudo revelou que a mortalidade entre quem precisou de intubação passou de 78,8% na primeira onda para 84% do final de dezembro a 25 de maio — a média mundial é de cerca de 50%.

O que já se sabe sobre a variante Gama

A variante Gama é mais agressiva e gera quadros mais graves da doença? Pesquisas apontam que Gama é até 2,4 vezes mais transmissível, além de ser capaz de parcialmente driblar anticorpos gerados por infecções prévias e vacinas.

Ou seja, por se espalhar mais rapidamente e causar reinfecções em quem já teve Covid-19, essa variante pode ter levado a uma sobrecarga maior do sistema de saúde, matando mais pessoas.

Existe a hipótese de que a Gama provoque casos mais graves, mas isso não foi comprovado.

Agora, outras variantes com potencial de serem mais transmissíveis foram detectadas no Brasil, entre elas a Delta, primeiro identificada na Índia.

Taxa de ocupação de UTIs para Covid é a menor de 2021

Várias capitais brasileiras tiveram nesta semana o menor nível de ocupação de UTIs para a Covid-19 de 2021.

Segundo levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo, em abril deste ano, em um dos momentos mais críticos da pandemia, 22 das 27 capitais tinham UTIs com lotação de 90% ou mais.

Duas capitais têm patamares acima de 80%, São Luís, com ocupação de 90%, e Rio de Janeiro, com 86%. No outro extremo, Rio Branco, no Acre, tem taxa de 26%.

No Maranhão, apesar de 90% das UTIs para Covid da capital estarem ocupadas, vem caindo o número de internados no estado como um todo. Cerca de 53% da população foi vacinada com ao menos uma dose.

Em Curitiba, a taxa de ocupação de UTIs caiu de 95% para 75% em duas semanas. A melhora nos indicadores da pandemia fez com que a prefeitura flexibilizasse regras de funcionamento do comércio e serviços da capital na última semana.

O Rio Grande do Sul tem a menor taxa de ocupação entre os três estados da região Sul: 73%, seis pontos percentuais a menos do que o registrado no levantamento realizado há duas semanas. O número de leitos é o mesmo.

 

Fonte: CUT

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